terça-feira, 27 de setembro de 2011

O interessante caso dos Pirahãs, um povo sem numeros, lendas ou deuses. São apenas felizes.

A tribo dos pirahãs, formada por cerca de 350 indígenas que vivem às margens do Rio Maici, no Amazonas, tornou-se um desafio para a ciência. Como muitas tribos da região, eles são caçadores e coletores, mas têm características únicas no que diz respeito à comunicação. Seu idioma desafia todas as teorias sobre como a linguagem humana se desenvolveu nas diferentes culturas. Segundo a tese hoje mais aceita sobre o tema, criada por lingüistas como o americano Noam Chomsky, a formação dos idiomas se pauta por uma espécie de gramática universal com regras comuns. O ser humano é dotado de recursos inatos para usar essas regras. Isso permite às crianças perceber os significados das palavras e das frases e aos poucos ampliar seu vocabulário. Essa gramática universal faz com que todos os idiomas tenham frases subordinadas, que estariam na base dos raciocínios complexos: "Depois de comer, vou à sua casa". O idioma dos pirahãs é o único até hoje identificado no mundo que não tem frases subordinadas, contrariando o conceito de gramática universal.

Os pirahãs não têm palavras para descrever as cores. Não usam tempos verbais que indiquem ações passadas. Não há entre eles a tradição oral de contar histórias. Tudo é dito no presente. A língua escrita não existe. Os pirahãs não desenham e desconhecem qualquer tipo de arte. Eles são a única sociedade no mundo, segundo avaliação de antropólogos, que não cultiva nenhum mito da criação para explicar sua origem. Para completar, os pirahãs não usam números e não sabem contar - têm apenas palavras para "pouco" e "muito".
(fonte: Revista Veja)

O mais interessante da história é que esse povo muito original não tem nem jamais teve uma religião. Não tem deuses, santos, mitos, lendas, nada.
Simplesmente não se preocupam com isso, vivem o dia de hoje.
E da maneira mais simples e mais natural provam a nós "civilizados" que é perfeitamente possível viver sem deuses.

Um pesquisador e missionário inglês, Daniel Everett, estudou o idioma pirahã, traduziu para ele os evangelhos e tentou catequisa-los.
Foi buscar lã e saiu tosquiado.
Os pirahãs ouviram as estórias bíblicas com atenção e interesse, mas recusaram qualquer conversão. Sobre os milagres, perguntaram se Daniel os havia presenciado e riram quando ele respondeu que não, que apenas passava adiante o que havia ouvido de outros que também nao haviam presenciado nada.
Para resumir, Daniel Everett hoje é ateu e conta essa história singular em um livro chamado "Dont sleep, there are snakes"