Notícias que li no Estadão de hoje, todas mencionando deus:
“Ela é uma boa filha e muito inteligente. Por favor, deus, ajude-a”
(Imelda, mãe de uma criança soterrada no terremoto na Indonésia)
“Não tenho recurso para abrir outro comércio, era o que eu sabia fazer. Agora vou esperar que deus dê um caminho para mim e minha família”
(Denian Castellani, dono da loja de fogos que explodiu em Sto André matando 2 pessoas.)
“Eu voltava para casa de um culto evangélico quando fui abordado pelo bandido e tudo aconteceu muito rápido”
(James da Silva, desempregado. Ele e o filho de 1 ano foram baleados em assalto, o bebê está em coma)
“Só pode ser coisa de deus”
(Freddy Seton, judeu, 17 anos, ia fazer o exame do Enem que foi cancelado por fraude (os judeus protestavam por serem obrigados a fazer o exame em um sábado).
As pessoas – sempre sem pensar muito – atribuem a deus a obrigação de zelar por cada uma delas a cada minuto.
Dona Imelda não pensa que se deus quisesse realmente salvar sua filhinha ele poderia, por exemplo, ter evitado o terremoto. Se ele é onisciente e onipotente... sabia que ia acontecer e poderia ter evitado. Porque salvaria a menina agora?
Demian por sua vez não pensou muito em deus quando estocou fogos de artifício sem as devidas medidas de segurança mas agora deposita nele suas esperanças. De novo: Demian, se deus estivesse preocupado com você teria evitado a explosão.
O caso de James é ainda mais emblemático: ele foi ao culto evangélico, rezou bastante e na saída foi baleado em um assalto grotesco. Será que deus estava ocupado com os outros casos e não se lembrou de salvar James apesar de todas aquelas orações?
E, por último. Freddy, que acha que deus ajudou uma dupla de larápios a roubar a prova e melar o Enem só para salvar os judeus de terem que faze-la em um sábado.
Eu me pergunto que deus terá feito isso, Jesus ou Jeová.
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
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