Em 2009 a reportagem da Folha de São Paulo abriu oficialmente uma
nova igreja, em apenas 8 dias, gastando pouco menos de R$ 500,00 em taxas e
emolumentos.
O
detalhe é que essa igreja passou a ter isenção total de impostos.
Não
paga ISS nem sequer IPTU.
Claro,
zero de IR, PIS, COFINS.
Isenção
total.
Não
precisa nem ser uma igreja mesmo, basta dizer que é.
A
isenção é extensiva aos pastores e bispos. E bispas, claro.
Enquanto
isso o rebanho de ovelhas paga quase 40% de carga tributária.
Mas para qualquer um que se declare uma igreja, zero.
Evangélica, cristã, mórmon, qualquer uma.
Ah,
e se o pastor (bispo, irmão) aplicar seus lucros em um fundo de investimentos ele
também não paga imposto de renda sobre os rendimentos!
Qualquer isenção tributária significa que serviços públicos serão
prestados sem qualquer receita em contrapartida.
Ou seja, quem paga somos nós, contribuintes de qualquer credo,
incluindo nenhum.
Agora
um caso em Ubatuba chama a atenção para outro absurdo: uma seita construiu em
uma área de preservação ambiental um imóvel com 100 quartos dizendo tratar-se
de uma igreja.
É
inacreditável mas igrejas podem ser construidas em qualquer lugar.
A
seita (uma dissidência direitista radical da TFP) desmatou a área, construiu seu “Hotegreja” sem ser importunada
e e quando ficou pronto – surpresa! - resolveu
vender o imóvel a uma rede americana de hoteis. E, pelo que parece, brechas nas
leis vão acabar legalizando o golpe.
É
preciso iniciar imediatamente uma campanha pelo cancelamento desses privilégios
absurdos, concedidos fácil e livremente para qualquer igreja, seita, culto ou
grupo que se denomine religioso.
O caminho começa nas próximas eleições, é preciso apoiar
candidatos que se comprometam a propor mudanças nas legislações que controlam
as atividades das igrejas.
Caso contrário nós, os otários
contribuintes, vamos continuar bancando – com ou sem dízimo – essa picaretagem
cheia de graças.