Um minutinho para uma reflexão rápida: desde os tempos de Abrahão há relatos de curas milagrosas, operadas por deus, Jesus, Maria ou algum santo.Há curas de quase todo tipo: cancer, cegueira, paralisia.
Se uma pessoa é cega e crente reza pelo que? Para ver, claro.
E um amputado, alguém sem uma perna ou um braço, naturalmente rezaria pedindo a deus que restaurasse seu membro perdido.
Mas não há um só caso registrado de um mutilado que tenha sido atendido, nunca houve em milênios um só amputado que tenha visto sua perna perdida voltar.
Porque será? O que terá deus contra os amputados?
Esta questão há séculos é colocada nas discussões ateistas x religiosos e parece, à primeira vista, infantil, primária.
Mas não é.
É, na verdade, irrespondível.
Se uma pessoa tem cancer, reza e fica curada pode dizer que foi um milagre; se é paralítica e volta a andar, milagre também.
Mas esses casos (quando não são fraudes, o mais comum) podem ser explicados pela medicina: um cancer terminal regredir ou uma ligação nervosa rompida ser restaurada são ocorrencias raras porem explicaveis.
A volta de uma perna ou braço amputado seria um milagre inquestionável, pois a ciência não teria para o caso nenhuma explicação plausivel.
Um único membro restaurado pela força das preces seria uma prova inequívoca da existência de uma divindade onipotente.
Lineu deixaria de ser ateu no ato.
Mas, como sabemos, isso nunca aconteceu em milênios. Nem um único dedinho, nada.
É como se deus dissesse: atenção cancerosos, cegos, tuberculosos, leprosos: sejam bons, tenham fé, rezem e torçam por um milagre.
Amputados, esqueçam. Esse milagre eu não faço.