domingo, 26 de fevereiro de 2012

Quanto mais aprendemos sobre o universo menos importante ficamos.





Quanto mais percebemos que a complexificação gradual da matéria ao longo da história cósmica - das partículas elementares à matéria viva - é produto de imperfeições, acidentes e assimetrias sem qualquer grande plano por trás dela, mais entendemos que somos um fenômeno único no cosmos, criaturas raras, capazes de se questionar sobre o futuro.
Mesmo que outra inteligência exista em algum canto da galáxia, as distâncias interestelares agem como uma barreira que, ao menos pelas próximas gerações, é intransponível.
A conscientização de nossa solidão cósmica e da raridade de nossa casa planetária nos leva (ou deveria levar) a uma nova relação com a vida.
Está na hora de começarmos a celebrar nossa existência.



(Marcelo Gleiser em "Consciência Cósmica", FSP de hoje)