E quem tentou evangeliza-los...saiu ateu.
A tribo dos pirahãs, formada por cerca de 350 indígenas que vivem às margens do Rio Maici, no Amazonas, tornou-se um desafio para a ciência.
Como muitas tribos da região, eles são caçadores e coletores, mas têm características únicas no que diz respeito à comunicação. Seu idioma desafia todas as teorias sobre como a linguagem humana se desenvolveu nas diferentes culturas.
Segundo a tese hoje mais aceita sobre o tema, criada por lingüistas como o americano Noam Chomsky, a formação dos idiomas se pauta por uma espécie de gramática universal com regras comuns. O ser humano é dotado de recursos inatos para usar essas regras.
Isso permite às crianças perceber os significados das palavras e das frases e aos poucos ampliar seu vocabulário. Essa gramática universal faz com que todos os idiomas tenham frases subordinadas, que estariam na base dos raciocínios complexos: "Depois de comer, vou à sua casa".
O idioma dos pirahãs é o único até hoje identificado no mundo que não tem frases subordinadas, contrariando o conceito de gramática universal.
Os pirahãs não têm palavras para descrever as cores. Não usam tempos verbais que indiquem ações passadas. Não há entre eles a tradição oral de contar histórias. Tudo é dito no presente. A língua escrita não existe. Os pirahãs não desenham e desconhecem qualquer tipo de arte. Eles são a única sociedade no mundo, segundo avaliação de antropólogos, que não cultiva nenhum mito da criação para explicar sua origem. Para completar, os pirahãs não usam números e não sabem contar - têm apenas palavras para "pouco" e "muito".
(fonte: Revista Veja)
O mais interessante da história é que esse povo muito original não tem nem jamais teve uma religião.
Não tem deuses, santos, mitos, lendas, nada.
Simplesmente não se preocupam com isso, vivem o dia de hoje.
E da maneira mais simples e mais natural provam a nós "civilizados" que é perfeitamente possível viver sem deuses.
Um pesquisador e missionário inglês, Daniel Everett, estudou o idioma pirahã, traduziu para ele os evangelhos e tentou catequisa-los.
Foi buscar lã e saiu tosquiado.
Os pirahãs ouviram as estórias bíblicas com atenção e interesse, mas recusaram qualquer conversão.
Sobre os milagres, perguntaram se Daniel os havia presenciado e riram quando ele respondeu que não, que apenas passava adiante o que havia ouvido de outros que também não haviam presenciado nada.
Para resumir, Daniel Everett hoje é ateu e conta essa história singular em um livro chamado "Dont sleep, there are snakes"
Interessantíssimo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirNossa, isso é que é atitude. Imaginei muitas vezes se haveria em algum lugar, pessoas intocadas por mitos e lendas... adorei sabe que sim. Cada dia mais, eu vejo o quão prejudicial para a sociedade é esse apego às lendas e a indiferença à civilidade. Cada dia mais, os religios querem impor essa crendice fajuta para cima de tudo e todos, sem se preocupar com as opiniões e sentimentos dos outros. Faço questão de ler este livro.
ResponderExcluirA passagem em que os Pirahãs perguntam a Everett se ele havia conhecido Jesus é hilária.
ExcluirO senhor estava lá, viu esses milagres?
Não, eu não vi.
Mas conhece as pessoas que estavam lá e viram?
Não, não conheço.
Eles então cairam na gargalhada, levantaram e, desinteressados, foram fazer outras coisas.
Não é genial?
Perfeito... se nós (enfronhados na sociedade atual) fizermos isso, vão nos chamar de metidos, intolerantes e por aí vai... mas no caso deles... a atitude é condizente com a situação. Perfeito.
ExcluirInteressante, viver alheio é uma coisa, mas ouvir um missionário e questionar (de maneira simples) e deixar o crente confuso é ainda melhor...
ResponderExcluirRecomendo que vejam o video Deus do Porta nos Fundos, muito bom.
otimo texto parabens.
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