quarta-feira, 24 de outubro de 2012

A Fascinante evolução do olho.

Cientistas já têm uma visão clara de como surgiram nossos olhos tão complexos.



O olho humano é um órgão extremamente complexo; atua como uma câmera, coletando, focando luz e convertendo a luz em um sinal elétrico traduzido em imagens pelo cérebro. Mas, em vez de um filme fotográfico, o que existe aqui é uma retina altamente especializada que detecta e processa os sinais usando dezenas de tipos de neurônios. O olho humano é tão complexo que sua origem provoca discussão entre criacionistas e defensores do desenho inteligente, que o têm como exemplo básico do que chamam de complexidade irredutível: um sistema que não funciona na ausência de quaisquer de seus componentes e, portanto, não poderia ter evoluído naturalmente de uma forma mais primitiva. Mesmo Charles Darwin admitiu em A origem das espécies, de 1859 – que detalha a teoria da evolução pela seleção natural –, que pode parecer absurdo pensar que a estrutura ocular se desenvolveu por seleção natural. No entanto, apesar da falta de evidências de formas intermediárias naquele momento, Darwin acreditava que o olho evoluíra dessa maneira.

Não foi fácil encontrar uma evidência direta para essa teoria. Embora pesquisadores que estudam a evolução do esqueleto possam documentar facilmente a metamorfose em registros fósseis, estruturas de tecidos moles raramente fossilizam. E mesmo quando isso ocorre, os fósseis não preservam detalhes suficientes para determinar como as estruturas evoluíram. Ainda assim, recentemente biólogos fizeram avanços significativos no estudo da origem do olho, observando a formação em embriões em desenvolvimento e comparando a estrutura e os genes de várias espécies para determinar quando surgem os caracteres essenciais. Os resultados indicam que o tipo de olho comum entre os vertebrados se formou há menos de 100 milhões de anos, evoluindo de um simples sensor de luz para ritmos circadianos e sazonais, há cerca de 600 milhões de anos, até chegar ao órgão sofisticado de hoje, em termos ópticos e neurológicos, há 500 milhões de anos. Mais de 150 anos após Darwin ter publicado sua teoria revolucionária, essas descobertas sepultam a tese da complexidade irredutível e apoiam a teoria da evolução. Explicam ainda porque o olho, longe de ser uma peça de maquinaria criada à perfeição, exibe falhas evidentes – “cicatrizes” da evolução. A seleção natural não leva à perfeição; ela lida com o material disponível, às vezes, com efeitos estranhos. 

Para entender a origem do olho humano é preciso conhecer eventos ocorridos há muito tempo. Nós, seres humanos, temos uma linha ininterrupta de ancestrais que remonta a quase 4 bilhões de anos até o início da vida na Terra. Cerca de 1 bilhão de anos atrás, animais multicelulares simples se separaram em dois grupos: um com estrutura de simetria radial (parte superior e inferior, mas não anterior e posterior), e outro de simetria bilateral, com os lados direito e esquerdo espelhando imagens do outro lado, terminando em uma cabeça. Após cerca de 600 milhões de anos, os bilaterais se dividiram em dois grupos importantes: um deu origem à grande maioria dos animais sem coluna vertebral, os invertebrados; e outro, cujos descendentes incluem nossa própria linhagem de vertebrados. Logo após essas duas linhagens se separarem, ocorreu uma incrível diversidade de estruturas animais: a explosão cambriana que deixou sua famosa marca nos registros fósseis de 540 a 490 milhões de anos atrás. Essa explosão evolutiva lançou a base para a origem de nossos tão complexos olhos.

link para a matéria completa, da Scientific American:

http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/a_fascinante_evolucao_do_olho.html

E os ateus é que são arrogantes?




Esse absurdo está entrando na moda, mais uma daquelas agressões inaceitáveis à laicidade do estado e aos direitos das minorias.
Você afirmar, unilateralmente, que a cidade pertence à uma divindade de uma religião é ou não é uma tremenda arrogância?
Judeus podem viver em Valinhos?
Ateus podem morar em Sorocaba?

domingo, 21 de outubro de 2012

Quão rara é a Terra?


A semelhança de tamanho com o nosso planeta é só um dos atributos que talvez sejam necessários à vida

Agora que temos a certeza de que existe um número enorme de planetas com características físicas semelhantes à Terra, vale perguntar se esses astros têm, de fato, a chance de abrigar formas de vida e, se tiverem, que vida seria essa.
Antes, alguns números importantes. Os melhores dados com relação à existência de outros planetas vêm de um satélite da Nasa, o Kepler, que anda buscando planetas como a Terra ao fazer um mapeamento de 100 mil estrelas que estão na nossa região cósmica.
Pelo projeto da missão, a identificação dos planetas usa um efeito chamado de trânsito: quando um planeta passa na frente de sua estrela (por exemplo, Vênus passando na frente do Sol), o brilho da estrela é ligeiramente diminuído. Marcando o tempo que demora para o planeta passar em frente à estrela, a diminuição do brilho e, se possível, o período da órbita (quando o planeta retorna ao seu ponto inicial), é possível determinar o tamanho e massa do planeta.
Com isso, a missão estima que cerca de 5% dos planetas na nossa galáxia têm massas semelhantes à Terra e, possivelmente, estão na zona habitável, o que significa que a temperatura na sua superfície permite a existência de água líquida (se houver água neles).
Como sabemos que o número de estrelas na nossa galáxia é em torno de 200 bilhões, a estimativa da missão Kepler implica que devem existir em torno de 10 bilhões de planetas com dimensões semelhantes às da Terra. Nada mal, se supormos que basta isso para que exista vida. Porém, a situação é bem mais complexa e depende em detalhe das propriedades da vida e, em particular, da história geológica do planeta.
Aqui na Terra, a vida surgiu 3,5 bilhões de anos atrás. Porém, durante aproximadamente 3 bilhões de anos, a vida aqui era constituída essencialmente de seres unicelulares, pouco sofisticados. Digamos, um planeta de bactérias. Só bem depois que a atmosfera da Terra foi "oxigenada", e isso devido à descoberta da fotossíntese por certas bactérias (cianobactérias, na verdade), é que seres multicelulares, bem mais tarde, surgiram.
A mudança gerou outra coisa importante: quando o oxigênio sofreu a ação da radiação solar, formou-se a camada de ozônio que acaba por proteger a superfície do planeta. Sem essa proteção, a vida complexa na superfície seria inviável.
Fora isso, a Terra tem uma lua pesada, o que estabiliza o seu eixo de rotação -a Terra é como um pião que está por cair, rodopiando em torno de si mesma numa inclinação de 23,5 graus. Essa inclinação é a responsável pelas estações do ano e por manter o clima da Terra relativamente agradável.
Sem nossa Lua, o eixo de rotação teria um movimento caótico e a temperatura variaria de forma aleatória. Juntemos a isso o campo magnético terrestre, que nos protege da radiação solar e de outras formas de radiação do espaço, e o movimento das placas tectônicas, que funciona como um termostato terrestre e regula a circulação de gás carbônico na atmosfera, e vemos que são muitas as propriedades que fazem o nosso planeta ser especial.
Portanto, mesmo que existam outras "Terras" pela galáxia, defendo ainda a raridade do nosso planeta e da vida complexa que nele existe.

MARCELO GLEISER é professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA)
Texto publicado na Folha de SP de 21/10/12

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Como surgiu a teoria quântica?



Você certamente já deve ter se perguntado de onde os cientistas tiraram a física quântica, a teoria que afirma que a energia eletromagnética é transmitida em pacotes de energia, ou quantum.
Este vídeo esclarece a história. Tudo começou com um pedido do instituto alemão de padrões, que contratou o físico Max Planck para determinar como tornar as lâmpadas mais eficientes, ou seja, como obter o máximo de luz com o mínimo de energia.
Max Planck começou tentando determinar quanta luz um filamento aquecido fornece. Ele usou a teoria eletromagnética para isto, só que os resultados no laboratório não concordavam com os resultados teóricos.
Ele então fez algo que mais tarde chamou de “ato de desespero”: jogou a teoria eletromagnética pela janela e começou a trabalhar “de trás para frente”, tentando construir uma teoria alternativa a partir dos resultados do laboratório.
Ele chegou à conclusão que a energia eletromagnética vem em pacotes, o “quanta” (plural de “quantum”, em latim), e que as frequências de luz mais altas têm pacotes maiores, e vice-versa.
Veja o resto da história no vídeo abaixo:
=============================================================
A noticia é útil também para mostrar como atua a ciência, como ela é capaz de se auto questionar e como suas descobertas recentes muitas vezes contradizem descobertas anteriores, ou as completam.
Bem diferente de quem pega um livro antigo de fábulas, escreve a palavra "sagrada" na capa e acha que tem todas as respostas.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Segundo IBGE, 47,4% dos casais homossexuais se dizem católicos; 20,4% não têm religião.

Notícia publicada pelo UOL em 17/10/12, com alguns comentários:



Quase metade dos casais homossexuais brasileiros (47,4%) se autodeclaram católicos, segundo dados do Censo Demográfico 2010 divulgados nesta quarta-feira (17) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)
===============================================

É curioso ver tantos gays brasileiros declarando-se seguidores de uma religião que abomina, persegue e classifica os gays como pecadores mortais. Afinal, para a bíblia (texto sagrado para os cristãos) um homem deitar-se com outro é uma abominação.
================================================
O órgão abriu pela primeira vez a possibilidade de registro de cônjuge ou companheiro de mesmo sexo que o responsável pelo domicílio. Foram identificados cerca de 58 mil residências ocupadas por casais homossexuais, o que representa aproximadamente 0,1% do total de unidades domésticas.

Na contramão da grande incidência de gays católicos, houve registro de 20,4% de casais homossexuais que declararam não ter religião. A amostra "Nupcialidade, Fecundidade e Migração" mostra ainda que 53,8% dos casais homossexuais são formados por mulheres, e 46,2% por homens.
=================================================
Aqui já vejo alguma coerência, entre os gays a taxa de não religiosos é maior que a média.
=================================================

O estado civil preponderante entre os casais homossexuais foi o de solteiros (82%), seguido de casados (13%). Já a natureza da união foi a união consensual para 99,6% dos casais homossexuais. Mais da metade dessas uniões se encontrava no Sudeste.

O IBGE também investigou o perfil educacional em relação a uniões entre pessoas do mesmo sexo. De acordo com o levantamento, 25,8% declararam possuir superior completo.
==================================================


domingo, 14 de outubro de 2012

Além da fronteira do Cosmos.

O físico e astrônomo Marcelo Gleiser escreveu o texto reproduzido abaixo, muito interessante para observarmos a lenta mas segura evolução da ciência em busca de uma melhor compreensão do universo, sua origem e destino.
Mundos paralelos, multiversos, teoria das cordas...cada vez mais as perguntas clássicas sobre o que havia "antes" do big bang ou como algo poderia existir "para sempre" ou ser "infinito" são substituidas por novas formulações, enfoques e hipóteses.
As quatro dimensões conhecidas hoje podem ser onze, sendo dez espaciais e mais o tempo, mas idéias assim são tão difíceis de serem compreendidas que ainda soam como ficção científica, pelo menos para nós seres humanos normais.
Mas não são... são degraus, etapas, passos,é  importante lembrar que ao contrário do que apregoam alguns teistas fanatizados a resposta "não sei" da ciência para algumas perguntas não é demérito, é desafio.

Segue o texto de Gleiser, publicado na Folha.

============================

Onde termina o Universo? A resposta depende de muitos fatores. Quando os cosmólogos afirmam que o Universo está em expansão, as pessoas imaginam uma espécie de explosão a partir de um ponto central, feito uma bomba. As galáxias que se afastam são como os detritos da bomba, voando pelo espaço.
Embora seja intuitiva, essa imagem está errada. A expansão do Universo é uma expansão do próprio espaço, o qual, após a teoria da relatividade geral de Einstein, ganhou plasticidade: ele pode se expandir, contrair-se ou se dobrar como um balão de borracha.
As galáxias -que, feito ilhas num oceano, são os marcos cósmicos de distância- são carregadas pela expansão do espaço. Se elas têm um movimento adicional, por exemplo, quando duas próximas se atraem gravitacionalmente, ele é superposto ao seu afastamento inexorável, causado pela expansão do espaço. Uma das consequências imediatas dessa expansão é que o Universo não tem um centro.
Imagine que você, da sua galáxia, observa outras à sua volta. Com a expansão do espaço, todas estão se afastando. A conclusão seria que a sua galáxia deve ser o centro de tudo -mas não é. Um observador numa outra galáxia vê todas as galáxias, inclusive a nossa, afastando-se dele. O mesmo com todas as galáxias. No Universo, todos os pontos são igualmente importantes.
Mas, se isso é verdade, como explicar a contração do espaço perto do Big Bang? Se o Universo agora está em expansão, no passado as distâncias eram menores. Astrônomos podem medir as velocidades de afastamento das galáxias e, passando o filme ao contrário, projetar quando elas estariam amontoadas em um volume mínimo.
Esse momento marca o início da nossa história cósmica, quando tudo começou -cerca de 13,7 bilhões de anos atrás, aproximadamente o triplo da idade da Terra.
Quando juntamos a história cósmica com a velocidade da luz, chegamos ao conceito de horizonte cósmico. Como a velocidade da luz define a da informação que recebemos, num Universo com idade finita só podemos receber informação de objetos situados até a distância que a luz percorreu nesse tempo. Feito a linha do horizonte, que marca quão longe enxergamos da praia.
Mas o mar não termina no horizonte. E o Universo? Também não. Se o Universo não estivesse em expansão, a distância até o horizonte seria de 13,7 bilhões de anos-luz. Como o espaço estica com o tempo, ondas de luz pegam uma carona e podemos ver mais longe: o horizonte cósmico fica a cerca de 46 bilhões de anos-luz de distância.
Para além desse horizonte, podemos apenas especular. Pode ser que o Universo seja espacialmente infinito com uma geometria plana (feito o topo de uma mesa, mas em três dimensões) ou aberta (feito o topo de uma sela de cavalo, mas em três dimensões, difícil de visualizar).
O Universo também pode ser fechado, feito a superfície de um balão (mas em três dimensões), ou ter uma forma ainda mais estranha.
A existência do horizonte sugere uma limitação séria: somos parcialmente cegos no que tange à estrutura cósmica. Além do horizonte pode até haver um multiverso. Mas nos certificar disso parece, ao menos por ora, muito difícil, se não impossível.

sábado, 13 de outubro de 2012

Boa notícia: arcebispo diz que internet "descristianiza" o mundo.


O arcebispo emérito de São Paulo, dom Cláudio Hummes, disse que as novas tecnologias da comunicação estão provocando a "descristianização" do mundo, especialmente dos fiéis mais jovens.
Ele celebrou a missa pelo dia de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida.
Segundo o cardeal, meios como a internet disseminam a "recusa à religião". Ele defendeu o fortalecimento da doutrina católica. O papa Bento 16 instituiu o "Ano da Fé", que começou anteontem e vai até novembro de 2013.
Após a celebração, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse que é "fundamental" o governante seguir "valores cristãos", mas que não se deve misturar "busca de voto com a questão religiosa".
Apesar da chuva, cerca de 146 mil pessoas foram ao Santuário Nacional.
O mau tempo impediu que a imagem da santa percorresse as ruas da cidade.
Fonte: Folha on line, 13/10/12
===============================================

Sobre a declaração de dom Claudio, uma ótima notícia mesmo, se a internet contribuir para o enfraquecimento do fanatismo cego cristão terá feito muito pela humanidade.
Sobre o ano da fé... estranho haver um ano para ela, não deveria ser sempre?
Já sobre a declaração de Alckmin, um equívoco, uma lástima, governantes deveriam ser laicos, isentos, seguir a constituição e as leis e não dogmas de uma religião.
Sobre o mau tempo que impediu a procissão... parece que a santa não é tão forte assim.

Religião: se você pensar... cai fora.

A língua de Einstein.


A história de como essa foto foi tirada: 
Einstein, que tinha fama de excêntrico, saia da comemoração de seu aniversário com amigos quando foi cercado por paparazzis. Sua idéia de mostrar a língua era uma tentativa de arruinar as fotos mas o efeito, como se sabe, foi o contrário.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Hoje, mais um absurdo feriado religioso.



Faz sentido um país laico parar integralmente sua economia por 24 horas para comemorar uma data religiosa?
Em geral a resposta dos crentes a essa pergunta é um sonoro SIM e o principal argumento costuma ser o fato de serem datas "santas" para a maioria da população brasileira.

Bem, em primeiro lugar não podemos sempre decidir as coisas pela ótica das maiorias pois isso seria um eterno desrespeito aos direitos das minorias.
E nem todo mundo é religioso e, pior ainda, nem todos os religiosos veneram a versão "aparecida" da virginal mãe de Jesus. Aliás, nem as outras versões...
Os evangélicos, por exemplo, não a consideram, alguns até chutam suas imagens.

Datas religiosas deveriam ser comemoradas aos domingos, simples assim.
Em nada atrapalhariam a economia do país, os religiosos teriam mais tempo para suas atividades contemplativas e de elevação espiritual (como empanturrar as estradas para o litoral) e os não religiosos não teriam suas vidas afetadas por comemorações que só fazem sentido para parte da população.

Natal ainda passa, pela importância social e cultural da data. Mas parar o país para celebrar nossa senhora da aparecida é um disparate contra o qual temos que lutar até o dia (ops!) do juizo final

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

A evolução sem deuses, versão em quadrinhos.

O ótimo site "Um Sábado Qualquer" resumiu em uma rápida história
em quadrinhos tudo que diz o post "A Evolução sem deuses" aqui no blog.



domingo, 7 de outubro de 2012

Ciência e fé: realidades paralelas.

O que irrita os cientistas, ao menos os que são ateus, é a insistência dos que têm fé em crer em algo inacessível.

No perene debate entre a ciência e a religião, algo que costuma irritar os cientistas, ao menos aqueles que se consideram ateus, é a insistência dos que têm fé em acreditar numa realidade paralela, inacessível à razão. Vejamos isso num diálogo fictício entre um cientista ateu e uma pessoa de fé bem versada nos avanços da ciência.
Cientista: "Uma causa sobrenatural não faz sentido: se for sobrenatural, isto é, além dos limites do espaço e do tempo, das leis da natureza, do material, como podemos saber da sua existência?
Afinal, o que existe tem de ser detectado. Caso contrário, essa existência é uma fabricação, uma fantasia. Pior ainda, se essa causa se manifestar naturalmente, através de uma 'visão' ou de um fenômeno qualquer, vira uma causa natural, que pode ser estudada pelos métodos da ciência. Ou seja, se algum deus existe, é impossível saber da sua existência de forma concreta. E não existe outra forma de saber".
Pessoa de fé: "A coisa não é assim tão simples, preto ou branco, existe ou não existe.
Entendo que, dentro do método científico, algo precisa ser detectável para que se comprove que é real. Ninguém sabia da existência de Urano até sua detecção por William Herschel em 1781. Mas, antes da detecção, Urano existia ou não? Claro que sim, mesmo que não soubéssemos disso. A ciência não pode determinar com firmeza o que não existe, apenas o que existe".
Cientista: "Mas você não pode, não deveria, comparar Deus a um objeto celeste. Pelo que entendo, Sua existência não passa pelas leis da natureza. Se passasse, Deus seria um fenômeno natural e deixaria de ter essa transcendência de que vocês tanto gostam e que ajuda a crença. Se Deus se 'esconde' numa realidade paralela, jamais fará parte do cânone da ciência".
Pessoa de fé: "Sem dúvida, Deus jamais fará parte do cânone da ciência. Esse é o seu problema, tudo tem de ser parte desse cânone. E eu já não penso assim.
Existem coisas que estão além da ciência, coisas que a ciência não tem como e nem deveria tentar explicar. A ciência tem um método bastante claro de estudo, separando o objeto a ser estudado do todo. Esse método supõe que a separação pode ser feita. Isso funciona muito bem no laboratório, ou quando um astrônomo observa uma galáxia.
Mas como explicar, por exemplo, o Universo como um todo, a questão da origem de tudo? Como olhar para o Universo como um objeto de estudo, se não podemos sair dele?".
Cientista: "Esse é o problema mais complicado, que os filósofos gostam de chamar de Primeira Causa, e os físicos, de 'condições iniciais'. Verdade, temos sempre de supor um contexto para oferecer uma explicação. Não temos ainda uma lei que explique como selecionar uma condição inicial dentre as várias possíveis. Mas nem por isso devemos supor que a explicação é sobrenatural, obra de uma entidade que não podemos saber se existe. Que tipo de explicação é essa?".
Pessoa de fé: "Essa é a explicação pela fé, além da ciência".
Cientista: "Eu prefiro continuar tentando entender do meu jeito".
Pessoa de fé: "Boa sorte, que Deus te inspire".
Cientista: "Eu prefiro me inspirar sozinho mesmo".

MARCELO GLEISER (FSP - 7/10/12)

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

A carta de Einstein sobre deus e as religiões.




Uma carta de Albert Einstein de 1954, escrita um ano antes de sua morte com reflexões sobre religião, será leiloada a partir do próximo dia 8 pelo EBay. 
A carta foi escrita em alemão no papel timbrado da Universidade de Princenton, nos Estados Unidos, onde o Nobel de Física trabalhava desde 1933, e enviada para o filósofo Eric Gutkind. 
Para aqueles que de tempos em tempos entram aqui no blog para questionar o ateísmo do cientista seguem abaixo alguns trechos da carta:
"a palavra de Deus é, para mim, nada mais do que expressão e produto da fraqueza humana" 
"a Bíblia é uma coleção de lendas honoráveis, ainda que primitivas". 
"Para mim, a religião judaica, como todas as outras religiões, é uma encarnação das superstições mais infantis. E o povo judeu, a quem pertenço alegremente e que tenho profunda afinidade, não tem qualidade superior em relação a todas as outras pessoas." 
(fonte: UOL)

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Para dormir com Jesus !


Aceite Jesus na sua cama!

São Paulo entre Jesus e Dirceu.

Vale a pena divulgar o ótimo texto de Arnaldo Jabor hoje no Estadão falando sobre as eleições para prefeito na cidade de São Paulo.


Um pequeno trecho:

"Terá milhões de eleitores que são dominados mentalmente pelos donos dos infames supermercados da fé, donos também de casas, aviões e prédios em Miami comprados com o dízimo dos pobres. Eles comandam os ignorantes com seu poder místico para a retomada do ciclo "Ademar, Jânio, Maluf, Pitta", o populismo mais raso, mais primitivo. Seu ponta de lança é o Russomanno. Este é um fato gravíssimo: a 'islamização' da política sob dogmas da fé acrescenta um sabor medieval, oriental à demagogia. A ignorância política agrada muito aos comandantes do atraso, pois facilita o cabresto para as urnas e fortifica o evangelismo de mercado. Os 'bispos' de gravata não acreditam em Deus e só pensam nos bilhões que juntam em notinhas surradas nos bolsos vazios dos pobres que pagam para ter esperança".

Link para a matéria completa:

http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,sao-paulo-entre-jesus-e-dirceu-,938841,0.htm

domingo, 30 de setembro de 2012

No dia da blasfêmia...vamos blasfemar!



Hoje, 30/09, é o dia da blasfêmia, data escolhida em homenagem à publicação, em 2005, das charges de Maomé em um jornal Dinamarquês.
Blasfemar livremente faz parte do direito de livre expressão, até porque é crime sem vítima pois o ofendido não existe.
Heresia, blasfêmia e pecado são conceitos criados e desenvolvidos pelas igrejas para fidelizar seguidores através do terror, estratégia cruel e milenar.
Assim, em homenagem a data, aqui vão as minhas blasfêmias:

DEUS NÃO EXISTE !
JESUS É UMA FRAUDE !
VIRGENS NÃO DÃO A LUZ !
MORREU, ACABOU !

sábado, 29 de setembro de 2012

Papiro bíblico sugere ligação entre Judas e José Dirceu.


MURO DAS LAMENTAÇÕES - Historiadores da USP anunciaram a descoberta de um papiro datado do século 4 que sugere uma relação próxima entre Judas e José Dirceu. "Suspeitávamos que Dirceu era o chefe da quadrilha que coordenou a traição a Jesus, mas não havia provas disso. O papiro já foi escaneado e anexado aos autos do julgamento do mensalão", explicou a pesquisadora Renata Azevedo.

Escrito em língua cooPTa, a mensagem do papiro envolve ainda o publicitário Marcos Valério no superfaturamento de pães para a Santa Ceia. "Agora ficou claro: Jesus não multiplicou pães e vinhos à toa", corrigiu Azevedo. Há indícios de que Delúbio Soares tenha orado, sem êxito, em prol do milagre da transformação de recursos públicos em caixa de campanha.

A origem do fragmento era um mistério, até José Sarney dar falta de uma pasta em seu sarcófago após uma faxina.

(matéria completa: The Piauí Herald...um pouco de humor não faz mal a ninguém!) http://revistapiaui.estadao.com.br/blogs/herald


quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Comprovado: se deus existisse ele seria brasileiro!



Vejam a que conclusão interessante chegaram os geneticistas: a miscigenação dos povos, o encurtamento das distâncias e outros fatores sociais e culturais fizeram com que algumas características físicas dos seres humanos passassem a ser cada vez mais frequentes enquanto outras começaram a rarear.
Um bom exemplo é o povo norte americano que a cada geração tem menos filhos com olhos azuis, graças a uma maior mistura com hispânicos e orientais, onde esta característica é menos frequente.
A evolução não para  e quando indagados onde esse processo levaria a aparência da raça humana esses geneticistas apontam justamente para nós, brasileiros, como um exemplo de povo com aparência típica de povos gerados por um processo de miscigenação.

A matéria completa, muito interessante, é do ótimo site Hypescience, segue o link:

http://hypescience.com/no-futuro-todos-parecerao-brasileiros-diz-cientista/

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

A galinha pecadora.



Em ritual que precede o Yom Kippur, celebrado amanhã, judeu ortodoxo segura ave sobre sua família, em Jerusalém; na simbologia judaica, os pecados cometidos no último ano são transferidos para a ave, que depois é sacrificada.

(FSP-24/09/12)


======================================


Claro, faz o maior sentido...adoro a lógica e o bom senso dos dogmas religiosos...em pleno 2012 ainda vemos religiosos primitivamente sacrificando animais para que seus pecados sejam perdoados. Eu fico aqui pensando porque diabos (ops!) esse deus se interessaria tanto por galinhas mortas após serem sacudidas sobre a cabeça dos pecadores a ponto de perdoar pecados em troca delas!

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

A mulher de Cristo.




A divulgação de um suposto papiro copta que menciona a "mulher de Jesus" pôs mais uma vez o mundo a debater se Cristo era ou não casado. Não tenho nada contra essa discussão, mas há uma outra, anterior, que quase nunca é lembrada: Jesus, de fato, existiu?
É certo que, como ideia, ele é real. Em seu nome edificaram não uma, mas centenas de igrejas. Por isso mesmo é interessante saber se à figura mítica corresponde um personagem histórico de carne e osso.
O que salta à vista aqui é a notável ausência de documentação contemporânea aos supostos fatos. Há quase que apenas os Evangelhos, que tinham muito mais o objetivo de propagar a nova religião do que de registrar eventos. Para piorar, o mais antigo dos Evangelhos canônicos, o de Marcos, foi escrito ao menos 40 anos após a alegada crucificação, o que significa que não pode ser considerado uma fonte primária. Os evangelistas escreveram o que ouviram dizer, não o que testemunharam.
Há ainda umas poucas e rápidas menções a Jesus em autores não cristãos, como Flávio Josefo, Plínio, Tácito e Suetônio. Mas eles estão ainda mais longe dos fatos do que os evangelistas, e historiadores acreditam que essas referências podem ter sido introduzidas por copistas.
É claro que ausência de evidências não é evidência de ausência. Um Jesus histórico poderia perfeitamente ter existido mesmo que sua odisseia não tivesse sido capturada pela, em geral eficaz, burocracia romana.
Karen Armstrong, no excelente "Em Defesa de Deus", mostra que, muito mais do que o ateísmo ou o darwinismo, o que incomodou os religiosos do fim do século 19 e início do 20 foi o advento da alta crítica, um ramo da teologia que estudava a Bíblia e a vida de Cristo não como milagres, mas como fenômenos literários e históricos. 
Para Armstrong, o fundamentalismo cristão surgiu exatamente como uma reação a essa dessacralização das Escrituras.
Hélio Schwartsman, FSP de 21/09/2012

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Que tal deixarem Maomé se vingar sozinho?

A forma de pensar dos fundamentalistas religiosos é sempre um grande non sense.
Se Maomé realmente se sentisse ofendido com charges e filminhos de 5a categoria não teria ele mesmo condições de lavar sua honra e vingar-se dos agressores?

Porque tão poderosa divindade precisaria da ajuda de bandos de fanáticos que saem pelo mundo matando inocentes que nada tem a ver com os emissores das ofensas?

Sobre o assunto segue link para uma interessante matéria do Washington Post sob o título de "Porque o mundo árabe se ofende tão fácil?"

http://www.washingtonpost.com/opinions/in-the-arab-world-why-a-movie-trailer-can-lead-to-violencewhy-cant-the-arab-world-accept-offenses-without-violence/2012/09/14/d2b65d2e-fdc8-11e1-8adc-499661afe377_story_2.html

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Do nada.


Destacam-se, hoje, duas formas de ateísmo. Há aquele mais militante, de Richard Dawkins e Christopher Hitchens, que procura nos convencer de que a ideia de um criador é absurda, e há um outro mais sutil, dos físicos, que, seguindo a tradição inaugurada por Laplace, sugerem que Deus é uma hipótese desnecessária.
Foi lançado há pouco nos EUA um bom exemplar dessa segunda categoria. Trata-se de "Um Universo do Nada -- Por que Existe Algo em vez de Nada", de Lawrence Krauss. É uma obra fascinante que se vale de doses quase compreensíveis de cosmologia e física de partículas para traçar uma história do Universo. Complementa essa sopa de ciência com instigantes observações filosóficas, que, mesmo que não façam o eventual crente mudar de campo, ao menos o deixam mais informado acerca do que está em jogo.
Krauss mostra que existem evidências empíricas razoavelmente sólidas de que o Big Bang ocorreu 13,72 bilhões de anos atrás, de que o Universo está se expandindo de forma acelerada e de que partículas virtuais surgem e desaparecem no espaço a todo instante. Revela ainda que há motivos para acreditar que nosso Universo possa ser apenas um de uma coleção de realidades independentes chamada de multiverso.
A partir dessas e de outras pistas, Krauss vai compondo um quadro de como tudo isso poderia ter surgido do nada sem violar as leis da física e a matemática. E a explicação resumida é que o nada, compreendido como espaço vazio, é instável, tão instável que o surgimento de algo se torna quase inevitável. E esse algo, desde que submetido às condições certas, pode converter-se num universo. Isso teria ocorrido pelo menos uma vez, resultando no nosso Universo.
Krauss encerra a obra dizendo que isso tudo não basta para excluir definitivamente um Criador, mas é o suficiente para torná-lo, na melhor das hipóteses, redundante.

Hélio Schwartsman, FSP - 14/09/12

Reféns do fanatismo.


É invejável o fervor religioso dos principais candidatos a prefeito de São Paulo. Esses homens pios, indulgentes e generosos causam boa impressão. Juntos, formam uma seleta santidade nesta pecaminosa e desregrada terra Brasilis.
Haja santidade, caros leitores. Haja beija-mão a bispos, pastores, ao clérigo em geral. Um dos candidatos é católico fervoroso e autor de dezenas de livros de autoajuda. Outro tem laços estreitos com uma poderosa igreja neopentecostal. E tudo leva a crer que esse candidato usa o templo e a estrutura dessa igreja. O ideal seria agradar a todos os fiéis num espetacular ato ecumênico. Deus lhes agradeceria, indistintamente. Mas não é bem assim: as disputas inter-religiosas tornam-se cada vez mais acirradas no período pré-eleitoral. Além disso, não há apenas fiéis sob o vasto céu poluído de São Paulo. O que esses candidatos têm a dizer para um número nada desprezível de agnósticos, homens e mulheres que não praticam a fé das três religiões monoteístas nem as dos demais fiéis? O que eles vão dizer aos pecadores sem culpa, que fazem parte de um amplo arco ideológico? Aos libertários e anarquistas radicais, que não são poucos? Como agradar ao mesmo tempo aos milhões de participantes da parada GBTL e aos milhões da Marcha com Jesus? Eis aí um dilema moral. Ou um dilema dos pregadores da moral.
No dia das eleições, será que a maioria do povo vai pensar na devoção religiosa ou nos projetos sociais de cada candidato? Vai pensar em Jesus ou nos princípios éticos e na capacidade administrativa de fulano ou sicrano?
Deus, que em sua infinita piedade é onipresente e onipotente, sabe muito bem como sofrem as paulistanas que moram longe do lugar onde trabalham. São essas mulheres, crentes ou agnósticas, que votam; são elas que não têm onde deixar suas crianças numa creche. Elas e milhões de trabalhadores que, de manhã cedo e no começo da noite, passam horas dentro de um ônibus e de um vagão lotado da CPTM ou do metrô.
A crença ou o sentimento religioso faz parte da esfera íntima de cada pessoa e nada tem a ver com o proselitismo histérico contra o Demônio e suas tentações, ou com curas milagrosas em nome de Jesus. 
Os candidatos deviam parar com essa romaria bajuladora em busca de votos de fiéis e lembrar que o Estado brasileiro é laico. 
Deviam esclarecer seus programas e metas, dizer o que é factível em quatro anos de governo municipal, explicar se há recursos para construir creches, escolas, moradias e postos de saúde, melhorar o transporte público e o saneamento básico. Devem expor com clareza um programa de ação para enfrentar os problemas mais sérios da cidade, mas sem demagogia e proselitismo, sem recorrer a promessas delirantes. Prometer o impraticável é golpe baixo. E já se sabe que a promessa vã é a morte do político.
(Milton Hatoum - Estado de SP de 14/09;/12)

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Os sociólogos afirmam – o mundo torna-se menos religioso.




O mundo torna-se menos religioso, - asseveram os sociólogos da Associação Internacional Gallup. Depois de consultar os cidadãos de 59 países, os especialistas determinaram os Estados, que podem ser qualificados hoje como os mais religiosos e os mais ateus. Os pesquisadores afirmam que nos últimos anos o índice de religiosidade na Rússia baixou.

Os resultados da pesquisa de âmbito mundial evidenciaram que mais da metade dos habitantes do nosso planeta, - cerca de 59%, - consideram-se pessoas religiosas. Um de cada cinco habitantes do planeta reputa que crê em Deus mas não se reconhece partidário de nenhuma confissão e um de cada oito afirma que é ateu. A maior concentração de ateus verifica-se na parte leste da Ásia – na China este índice é igual a 47% e no Japão, supera 30%. Outros países com elevado índice de ateus convictos são a República Checa, França, Coréia do Sul, Alemanha, Neerlandia, Áustria, Islândia, Austrália e Irlanda. Quanto aos países mais religiosos, na opinião de sociólogos a este número pertencem hoje o Gana, Nigéria, Armênia, Fiji, Macedônia, Romênia, Iraque, Quênia, Peru e o Brasil.

fonte: Voz da Rússia, link para a matéria completa:

30/09, Dia da Blasfêmia.



Dia 30 de Setembro é o dia da Blasfêmia, a data comemora a publicação dos cartoons sobre Maomé e serve para apoiar a plena liberdade de expressão, que inclui o direito de combater e ridicularizar idéias com as quais não concordamos.
É sempre bom lembrar que como deuses não existem a blasfêmia é um crime sem vítimas.
Portanto, dia 30 de Setembro... blasfeme!

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Jumentas falam?


Ao invés da cobrinha falante desta vez uma piadinha sobre sua prima, a jumenta falante.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Programa religioso pode ter de se retratar por ofender ateus.


O Ministério Público Federal moveu uma ação civil pública contra a Rede TV! e a Igreja Internacional da Graça de Deus por conta de ofensas no programa “O Profeta da Nação” contra pessoas que não acreditam em Deus, os ateus.
Durante uma edição da atração religiosa que foi ao ar em março deste ano, na RedeTV!, o apresentador disse que quem não acredita em Deus é perigoso. E completou: “mata, rouba e destrói. O ser humano que não acredita em Deus atrapalha qualquer um.”
Segundo a ação do MPF, o programa feriu os direitos de liberdade de expressão e de pensamento das pessoas e foi preconceituoso, discriminando quem não tem uma religião.
O Ministério Público pede à Justiça que a Rede TV! e a Igreja Internacional da Graça de Deus sejam obrigadas a exibir durante uma ou mais edições de “O Profeta da Nação” uma retratação das declarações ofensivas.
(FSP-6/9/12)


Nando Reis revela ser ateu e crentelhos dão show de ignorância e intolerância.


Bastou o cantor Nando Reis declarar-se ateu para que a internet colocasse em circulação uma coleção de besteiras proferidas por crentelhos da pior espécie, veja algumas:



"Em breve deus tirará a voz dele e ele vai viver de que?
 (ou seja, o bondoso velhinho mutila aqueles que nele não crêem)
Como será que este moço veio ao mundo? será que foi uma obra do acaso?
(não, idiota, ele veio graças a uma relação sexual entre seus pais, como você, aliás)
"Pode anotar, a batata dele está assando, quando ele precisar deus então vai se 
apresentar a ele".
(de novo o deus vingativo, isso porque para eles deus é amor)

"O interessante que esses tipinho de gente so diz que não acredita em Deus quando tem dinheiro para bancar suas modormias: saúde, boa alimentação, passar ferias em Paris…etc…Então gentinha hipocrita, para não acreditar em Deus e ficarem ricos é simples, fazem pacto com o diabo!!! venhamos e comvenhamos, deixem d hipocrisia pq doenças da em todo mundo!!"
(hã?)

"Todo mundo no seu intimo sabe que DEUS existe mesmo os que se dizem ateu,alguns negam a DEUS porque levam uma vida toda errada pecaminosa contraria a vontade de DEUS então e mais facil eles dizerem que DEUS não existe!!!

(ou seja, ateus são pecadores, crentes são modelo de virtude)


"O NANDO, SE VC NÃO ACREDITA EM DEUS ENTÁO CRER NO DEMO. VAI FAZER OS SEUS SHOWS NO INFERNO, CARA"
(ou voce está com deus ou com o diabo, claro, muito lógico)


terça-feira, 4 de setembro de 2012

A evolução sem deuses.




Causam espanto aqui no blog  comentários que questionam a evolução.
É curioso, não são estudiosos do assunto que concluíram que a evolução está errada mas apenas pessoas que discordam de qualquer coisa que discorde da bíblia.
A pergunta “se viemos dos macacos porque ainda há macacos” é respondida no capítulo 1 de qualquer livro sobre o assunto mas há leitores que ainda a usam, orgulhosos, como se fosse um cheque mate, uma sinuca de bico.
Haha, responde essa aí, ateu!
Para eles, que sofrem de preguiça mental seletiva, não importam as evidências mas apenas o que está escrito no livrinho mágico deles.
Fora dele, não leram e não gostaram.
Para eles, com muita paciência,  aqui vai a resposta mágica, mais uma vez:

Não, o homem não descende dos macacos, apenas tem com eles antepassados em comum. Como, aliás, temos com qualquer outro animal.

Para os que não a entendem bem, a evolução se dá pelo processo de seleção natural onde vence não o mais forte ou o mais veloz e sim aquele que consegue se adaptar melhor ao ambiente em que está inserido.

O mimetismo é um bom exemplo, um inseto verde que viva em uma folhagem verde terá mais chances de não ser visto pelos predadores  ao contrário de um, digamos, vermelho.
Com isso sobrevivem mais insetos verdes que vermelhos e esses verdes gerarão mais insetos da mesma cor fazendo com que, com o tempo, os vermelhos sejam poucos ou até desapareçam. Observem que se a folhagem fosse vermelha aconteceria o oposto, ou seja, cada ambiente proporciona condições diferentes para a evolução das espécies.

Mas como animais mudam, adquirem novas características?
Como exemplo vamos imaginar um grupo de onças amarelas com manchas pretas que vivesse em uma planície africana centenas de milhares de anos atrás.

Digamos que o grupo em algum momento se divida ante um grande obstáculo natural, uma serra, um cânion, algo assim.  
O grupo que vai para um lado encontra uma planície quente, seca  e lá se desenvolve.  
O grupo de  onças que seguiu para o outro lado passa a viver em uma área montanhosa, com clima mais frio.

Como age aqui a seleção natural?
(é apenas um exemplo, não um caso real)

No lado mais frio onças com a pelagem mais escura (manchas pretas maiores) vão sentir menos frio pois suas peles acumulam um pouco mais de calor que a das onças que tem manchas menores e a pele mais amarela.
Geração após geração as onças mais escuras sobrevivem um pouco mais, geram mais filhotes com essa característica...o  processo vai se acentuando por séculos, milênios, até que chega uma hora que naquela planície as onças estão quase todas negras.
Como a região era montanhosa  as onças mais musculosas e fortes sobreviveram mais,  transmitindo essa característica aos filhotes.

Já o grupo de onças que foi para o outro lado viverá em uma planície mais quente, com o tempo a cor amarela é que será uma vantagem pois reflete melhor o calor...  o que fará com que as onças fiquem mais amarelas geração após geração.

Além disso, como é uma planície elas ficam mais expostas e precisam correr mais para fugir dos predadores, aqui desse lado vão sobreviver melhor não as mais musculosas e fortes mas as mais magras e rápidas.

Depois de muitas mas muitas gerações mesmo você terá de um lado onças amarelas e rápidas e do outro onças negras e fortes. Como o processo é muito mas muito lento cada geração é quase idêntica à anterior e a posterior, as diferenças só são perceptíveis comparando-se gerações distantes umas das outras e é por isso (outra pergunta tola e repetitiva) que não existem elos perdidos.

Foi assim que de antepassados em comum surgiram as onças, leões, panteras, tigres e gatinhos siameses, apesar dos criacionistas afirmarem que foram todos salvos  na arca do Sr. Noé, lado a lado com os dinossauros.

O mesmo processo aconteceu com os símios, por razões sempre ligadas à seleção natural algumas vertentes tornaram-se bípedes, outras subiram para a copa das arvores...outras ficaram grandes e fortes outras viraram ágeis miquinhos.

E uma delas, apenas uma, desenvolveu uma vantagem competitiva imbatível: a consciência.
Associada ao polegar em oposição, à postura bípede e a outras características que se revelaram vencedoras essa espécie acabou dominando o planeta, para o bem e para o mal.

E é só por causa disso que estamos aqui, eu, você, os cristãos, os criacionistas e os ateus.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Lua Azul no dia do enterro de Armstrong: milagre ou coincidência?



Blue Moon, ou Lua Azul, é o carinhoso apelido que se dá à uma segunda lua cheia no mesmo mês, pois nosso calendário mostra em alguns anos 13 luas cheias.
A lua nesse dia não é azul nem maior ou menor , é apenas um apelido, uma brincadeira, a quantidade de luas cheias em um mês não tem qualquer significado.

Pois não é que justamente no dia do enterro de Neil Armstrong - primeiro homem a pisar na Lua - teremos esse evento lunar todo especial?


Sabem o que significa uma coincidência tão grande assim?

Absolutamente nada!
Coincidências são apenas isso, coincidências, nada que as leis da probabilidade não expliquem com facilidade.

Agora imaginem se um grande eclipse ocorresse bem no dia do enterro de um papa, o que diriam os cristãos?
Miracolo!

E muita gente pelo planeta estaria de joelhos em súplicas na hora do eclipse, supondo estar vivenciando um momento de elevação ao seu deus. 

Quando, sabemos, nada seria além de outra grande coincidência.

Dawkins em seu delicioso livro A Magia da Realidade explica que antes de perguntar porque alguma coisa aconteceu é preciso perguntar porque afinal coisas acontecem.

A partir daí fica deliciosamente lógico perceber que coincidências acontecem, sem qualquer força sobrenatural que as guie.
E quando acontecem... as vezes é muito legal, como nesse caso do Armstrong.
Mas nada de milagre, graças ateus!